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terça-feira, 10 de maio de 2011

QUANDO OS SÁBIOS SILENCIAM A IGNORÂNCIA PREDOMINA - PARTE II

Começo transcrevendo a carta do Capitão José Álvares Pessoa (Dirigente da Tenda São Jerônimo, uma das 7 Tendas que iniciaram com ordem do Caboclo das 7 Encruzilhadas) a W. W. da Matta e Silva, que se justifica no decorrer do texto.

“Meu ilustre e prezado confrade Sr. W. W. da Matta e Silva...

A leitura de “Umbanda de Todos Nós” – o magnífico livro que faltava ser escrito – proporcionou-me um grande prazer espiritual e é com a mais viva satisfação que venho trazer-lhe os meus parabéns pela sua obra, que será como um marco na história de nossa religião, e expressar-lhe os meus sentimentos de sincera gratidão pela gentileza com que me distinguiu, enviando-me um precioso exemplar.

“Umbanda de Todos Nós” não é só um livro; é o melhor que até hoje (1956) foi escrito sobre o assunto. Em cada uma de suas páginas revelam-se a inteligência, a cultura e a erudição de seu autor, que teve a felicidade, maior entre todas, de fazer falar a “Senhora da Luz Velada” ... tão incompreendida até mesmo pelos seus próprios adeptos que certamente se congratularão pela sua atitude de descerrar o véu que a ocultava.

Até hoje, quase nada se escreveu sobre a verdadeira Umbanda.

Na realidade muito se tem escrito, mas apenas sobre Candomblés e Macumbas e os próprios antropologistas, constantemente citados, como Nina Rodrigues, Edson Carneiro e outros, que se preocuparam com o assunto, escreveram sobre o que viram na Bahia, isto é, sobre o africanismo importado pelos escravos nos tempos da colônia, que nada tem a ver com a maravilhosa obra espiritual que se realiza nos terreiros de Umbanda do Rio de Janeiro, obra que data de mais ou menos 30 anos, empreendida pelo admirável espírito que dá o nome humilde de Caboclo das Sete Encruzilhadas que reformou os trabalhos da magia que comumente se faziam nos terreiros, purificando-os e transformando a magia negra, que então imperava quase absoluta, nesta magia que os Mestres Divinos classificam como a Ciência da Vida e da Morte.

O prezado confrade, com o seu admirável livro, conseguiu realizar uma obra de divulgação como nenhum outro escritor que o precedeu ainda havia feito. “ Umbanda de Todos Nós” será como a Bíblia, o livro clássico que todo Umbandista de fé consultará. As minhas palavras são inexpressivas para dar testemunho de uma obra de tão grande valor, que veio preencher uma lacuna, porque realmente um espírito altamente elucidado pôde afinal fixar em letra de forma as verdades eternas sobre a mais bela e a mais doce de todas as religiões, porque a mais humilde e a mais humana (...) (1)
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Não acho que W. W. da Matta e Silva precise realmente ser defendido, mas como sua memória e sua obra vem sendo atacada por pessoas revanchistas e oportunistas, nós que militamos nas areias descendentes da Tenda de Umbanda Oriental temos o dever discipular de não permitir o vilipêndio de tão bela doutrina.

Sabedor do que acontece nos bastidores da Umbanda, tenho a plena certeza do que estou dizendo, que o ataque ao Mestre Yapacani trata-se de revanchismo, porque de uns anos para cá bem depois da ida do Mestre para o além, criou-se duas anomalias, sendo uma interna e outra externa, as quais resolveram lutar pelos “palcos” umbandistas.

A anomalia interna está neutralizada, porque perdeu-se em sua própria vaidade, já a externa que na verdade começou como um clone, cresce como um câncer em nosso meio.

Literalmente o clone está tentando dizimar a matriz, porque é o único empecilho que encontra em seu caminho.

Em detrimento do caminho iniciático, da evolução templária e do processo Mestre x Discípulo, pelo caminho do curso mensal remunerado, onde em meros quatro meses alçam profanos aos “altos graus” da “magia”, dispensando a vivência templária e qualquer outro vínculo (Raiz).

Os discípulos do clone de hoje não viveram o início dessa história hilária, dou alguns exemplos:

[ Matta e Silva] – Yorimá / [o clone] – Yor – im - a, em seu livro da Capa Vermelha (não reeditado);

PARECIDO NÃO? COINCIDÊNCIA...

[Matta e Silva] – Orixá= Senhor da Luz / [o clone] - Orixá= Mestre de Luz;

Acho que a história tem que ser recontada para que alguns comecem a comparar, e descobrir que o vírus quer virar o corpo.

É deprimente ver hoje dizeres como os que transcrevo abaixo, do entrevistado pela Revista Caminho Espiritual, 16ª edição, Editora Minuano, páginas 6, 7, 8 e 9, com relação a Matta e Silva, do qual nem contemporâneo foi.

“ ... Revista: Apesar de ser um livro que nos dá uma visão geral da história da Umbanda, e de seus principais escritores, não encontrei nenhuma citação sobre o escritor e sacerdote W. W. da Matta e Silva, além de outros escritores e realizações importantes do nosso movimento. Por quê?

Entevistado: O foco, quando busquei resgatar os primeiros autores de Umbanda, era ir ao encontro e apresentar material que a maioria de nós não tem mais acesso. Estes primeiros autores que se tornaram desconhecidos na atualidade são:

Leal de Souza (1924), João de Freitas (1939), Waldemar Bento (1939, Primeiro Congresso de Umbanda – Vários Autores – (1941), Lourenço Braga (1941), Emanuel Zespo (1946), J. Dias Sobrinho (1949), Maria Toledo Palmer (1949), Oliveira Magno (1950), Silvio Pereira Maciel (1950), Tata Tancredo (1951), Byron de Freitas (1951), Aluízio Fontenele (1951), Yokaanam (1951), Florisbela Franco (1953), Samuel Ponze (1954), AB’D Ruanda (1954) entre outros que precederam W. W. da Matta e Silva, o qual surge em 1956 com a publicação de Umbanda de Todos Nós.

Confesso que fiquei em dúvida se deveria ou não escrever sobre ele. Fui à releitura de seus 9 títulos, buscando o que havia de novo em sua obra em comparação a todos estes autores citados. Talvez a postura do Da Matta com relação a todos os outros autores tenha sido decisiva. O tempo todo, em sua obra, ele desmerece todos os outros autores e desclassifica tudo que é diferente da “sua” “ Umbanda Esotérica” e do “AUMBANDÔ, no entanto, nem um nem outro conceito foi criado por ele. Não era novidade e muito menos de sua autoria o conceito original, ao qual ele reapresentou à sua maneira. Oliveira Magno já havia publicado um livro com o título Umbanda Esotérica e Iniciática (1950) e o Sr. Diamantino Coelho já havia apresentado a teoria do “AUMBANDÔ no Primeiro Congresso Nacional de Umbanda (1941), em nome da Tenda Espírita Mirim (Fundada em 1924). No entanto Da Matta não faz nenhuma citação a quem, de direito, lhe precedeu nas idéias, o que faz pensar que são todas idéias suas.

...Observei questões como o fato de que ele só reconhece a importância de Zélio de Moraes e Leal de Souza em 1978, na segunda edição de Umbanda e o Poder da mediunidade. Ainda assim, elogia para depois desclassificar, estes, entre outros, que muito trabalharam pela religião.

Busquei algumas de suas críticas às outras formas de se praticar a Umbanda e alguns de seus conceitos, como a apresentação de “Yori” e “Yorimá”, visivelmente colocados em substituição aos conhecidos orixás “Ibeji” e “Obaluayê” e Oxum e Iansã como caboclas de Iemanjá, a idéia de que sua “magia de pemba” e seu Ifá serem superiores às outras formas tradicionais de se realizar Ifá e magia de pemba; seu preconceito contra a mulher, que não podem ter a função de “ordenar, sagrar, sacramentar, preparar, iniciar, etc.” o que ressalta em alguns títulos como prerrogativa masculina. Logo, a mulher não pode nem deve ser sacerdotisa(...)

Seu título mais agressivo é Macumbas e Candomblés na Umbanda (Freitas Bastos, 2ª ed.) em que, além de críticas tradicionais, há traços de homofobia. Por exemplo, ao criticar Candomblé de Caboclo e Umbanda Popular vai desfiando as “características” dos mesmos em que ele afirma na página 93(...)

Talvez por afirmações como esta e outras piores, ainda este título não foi reeditado.

(...)Pedi um conselho ao Rubens (Saraceni), e este foi direto: “Se não lhe agrada retire do livro”. Aceitei o conselho de bom grado e consciência tranqüila, pois nem o Da Matta está entre os primeiros autores e nem sua obra está esgotada ou escassa.” (2)
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Meu Irmãos, porque estamos acuados?

Olha as acusações deste rapaz: plágio, preconceito contra a mulher, homofobia...

Nosso Grão Mestre não “bambeou” ao levantar sua espada para defender a Senhora da Luz Velada.

E nós? Estamos merecendo seus símbolos e entoar seus cânticos?

“Meu Congá pequenininho
corta demanda mansinho
O 7 _______ corta em cruz
Pai Guiné corta no pé.

SUA RAIZ É DE FORÇA

Acredite quem quiser
Quem lhe deu esse direito
Foi a Lei de Mikael.”

RAIZ DE GUINÉ...TEM ALGUÉM AÍ?


Obs: Não é uma mensagem de instigação à “batalha”, mas sim de despertar, pois o lobo está literalmente comendo as ovelhas, por falta de pastores.


Referências:

(1) Matta e Silva, W.W., Umbanda de Todos Nós, 9ª edição, editora Ícone, pág. 43,44 e 45.
(2) Revista Caminho Espiritual, 16ª edição, Editora Minuano, páginas 6, 7, 8 e 9.

Um comentário:

  1. se não houver uma ação direta de jesus e os altos seres espirituais como poderemos saber quem está passando a lei certa
    realmente tem se revelado, caído mais véus mas qual deles está propagando isso certo. se véus caem coisas mudam ou são descobertas eo filho de fé assiste a batalha matta x rivas x rubem
    assim não dá.

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