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domingo, 31 de julho de 2011

MEDIUNIDADE, UM INSTRUMENTO DE AMOR

“...bem aventurados aqueles que se entregam ao serviço do bem, como a semente humilde na obscuridade da terra. O Pai enriquece-lhes as mãos de alegrias e bênçãos, como enriquece os ramos verdes das árvores de flores e frutos.” (1)

“Consagraste o coração ao ministério bendito com Jesus e esperamos que os espinhos da senda produzam flores para a tua fé renovadora e vibrante e que as pedras da estrada se convertam, ao toque de tua compreensão e de tua boa vontade, em sublime pão do espírito.

Em verdade , a sementeira e a seara são infinitas. Cada setor reclama mil braços e cada leira exige devotamento e vigilância; entretanto, um discípulo somente, que se afeiçoe ao Mestre, pode realizar os milagres do amor e da caridade por onde passe, acordando corações para o serviço redentor.

Não nos cansemos, pois, na dedicação com que nos devotamos ao apostolado da renunciação.” (2) - BEZERRA DE MENEZES
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Breves trechos da Obra de Matta e Silva falando de mediunidade:

“Pai Guiné: ... A mediunidade é uma dupla condição especial, dada ou facultada ao espírito que vai encarnar (sob a forma masculina ou feminina), antes e durante a gestação, e nunca depois. Só se revela aquilo que já trazia em si. E essa mediunidade ou faculdade, posso definir como um selo mediúnico, conferido ou impresso em bem poucas criaturas...” (3)

“Pai Guiné: ... a mediunidade não deve ser encarada como uma graça súbita, que o indivíduo recebe, manifestando-se sobre seu espírito e seu organismo, sem que estes tenham sido “manipulados” antes, nas condições morais energéticas, para receber um acréscimo de fluidos vitais e apropriados à manifestação da dita mediunidade...” (4)

“ ...ser um médium de Umbanda, isto é, veículo dos espíritos de caboclos, pretos-velhos e outros de dentro da faixa, é uma condição excepcional, por ser, por sua vez, conseqüência de uma escolha especial, feita no plano astral antes mesmo de o espírito encarnar...
E essa escolha especial é feita de acordo com vários fatores de ordem astromagnética (isto e, de um processo apropriado sobre o corpo astral do ser que vai levar a faculdade mediúnica) ou energética e por uma seriação de ligações morais-espirituais, envolvendo também determinadas aquisições, débitos e inclinações; enfim, por um conjunto de ligações cármicas-afins com essa citada Corrente de Umbanda, quer no plano superior, quer no médio e no inferior, dos desencarnados e dos encarnados...

Porque uma criatura pode ser médium, seja lá de que modalidade for, inclusive, é claro, de incorporação, de outras correntes ou setores, porém, esse dom não a condiciona a se transformar num veículo próprio dos espíritos de caboclos e pretos-velhos, crianças e muito menos de exu... espíritos esses que têm por função mediúnica exclusiva militar na Corrente de Umbanda e sobre aparelhos pré escolhidos, desde quando desencarnados...
...o mediunato mesmo, isto é, a missão providencial, especial, com ordens e direitos de trabalho mágicos ou de magia dentro da Umbanda, só é conferido a médium do sexo masculino...
...Porque somente o médium masculino tem condições vibratórias para operar na Magia, em face dos elementos de ligação e de força que os espíritos de caboclos, pretos-velhos, exus e outros põem em ação, através de sua mediunidade, tendo em vista os inevitáveis entrechoques do astral inferior, que esse mesmo médium foi preparado para enfrentar, devido à sua própria natureza vibratória de elemento masculino...

Todavia, com isso não queremos dizer que, ao elemento feminino tenha sido negada a condição de ser médium de Umbanda dos caboclos, pretos-velhos ...
A condição de ser também veículo dos espíritos de caboclos, pretos-velhos e outros a ela foi dada, porém como auxiliar, nunca na posição especial de comando vibratório igual ao do homem, em face das injunções de sua própria natureza feminina, sujeita, muito mais, à vaidade, à versatilidade, à excessiva imaginação, sobretudo passiva de sua vibração em relação com o fluxo mensal e à influência da Lua.
Os verdadeiros médiuns da Corrente Astral de Umbanda, que foram surgindo desde que ela iniciou seu movimento propriamente dito sobre o Brasil e por dentro dos cultos afro-brasileiros, tem que ser, forçosamente, enquadrados nestas três categorias: A) os de carma probatório ou de simples função mediúnica-auxiliar; B) os de carma evolutivo ou dentro do mediunato, ou seja, de uma missão providencial, salvadora; C) os de carma missionário ou dentro do duplo aspecto – o do mediunato e do grau de médium magista...
...Na categoria A pode-se enquadrar a maioria dos médiuns que surgiram até o momento.” (5)

continua numa próxima publicação...

Para finalizar...

Mensagem do Caboclo 7 Flechas ao médium Itaçuan (Wilson), livro “Umbanda é Luz”, editora ícone, página 110.

“ NÃO RECLAME: EU AVISEI!

Quem escolheu ser médium, já sabe!
O caminho é árduo, tortuoso e difícil, cheio de contratempos, desgostos e insatisfações.
É mais fácil receber do que doar. Porém, para o médium é ao contrário, e além de tudo será questionado, interrogado e mal visto quando não fizer ou disser “coisas” que agradem diretamente ao interessado.
Para todos quantos o vêem, tem você a obrigação de modificar tudo o que parece errado ao redor: onde houver ventos fortes para uma tempestade feroz, esperam de você a brisa mansa que vem do mar; do terremoto estrondoso que se aproxima, querem de você a tranqüilidade de um final de tarde feliz; da peste avassaladora, querem, a cura serena e duradoura; do prazer e bem geral, é de você que querem a renúncia, a paciência, a calma.
O princípio das coisas mediúnicas consiste em saber que ser médium não é nada fácil, não fica mais fácil e não se consegue nada fácil, é preciso muita luta, perseverança, esperança e confiança nas entidades e em si mesmo. As contrariedades são muitas, as satisfações quase que geralmente só são no íntimo de você mesmo.
O trabalho é árduo, duro e, por vezes, incompreensível até mesmo para você (médium), porém tão necessário quanto o ar que respira.
O trabalho é ponto de partida na caminhada mediúnica, o trabalho organizado, uma caminhada alcançada dentro dela.
Não é fácil ser médium por tudo isso, mas não reclame: eu avisei!
Agora saiba que nem todos tem ouvidos sensíveis para ouvir, visão clara de tudo que os rodeia nem conhecimento de um mundo melhor, e nem todos são portadores de contatos de amigos de dois mundos a lhe dar ensinamentos de vida em ambos.
E nem todos, acima de tudo, têm a satisfação de poder ter se sentido útil em cada trabalho realizado, porque é muito bom sentir a emoção de uma evolução após um trabalho seguido de outro e mais outro.
Além de tudo, porque é bom ser bom, assim ser um médium bom, e daí ser um bom médium.
Não agradeça: Eu avisei!”

CABOCLO 7 FLECHAS





REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

(1) XAVIER, FRANCISCO CÂNDIDO, BEZERRA CHICO E VOCÊ, ED.GEEM.
(2) ÍDEM
(3,4) MATTA E SILVA, W. W., LIÇÕES DE UMBANDA E QUIMBANDA NA PALAVRA D UM PRETO-VELHO, ED. ÍCONE, PÁG.78,79
(5) MATTA E SILVA,W. W., UMBANDA E O PODER DA MEDIUNIDADE, ED. ÍCONE, PÁG. 104,105,107,108.

A ORIGINALIDADE, SEGREDO DOS MESTRES

Homenagem ao Mestre Aramirim, que me sustém no caminhar desta Umbanda, e que representa essa linhagem dos antigos Mestres.

“Os antigos Mestres da vida
Eram profundamente identificados
Com as potências vivas do Cosmos.

Em sua profunda interioridade
Jaziam a grandeza e o poder
Da sua Dinâmica atividade.

Quem compreende, hoje em dia, esses homens?
Sábios eram eles,
Como barqueiros que cruzam um rio
Em pleno inverno;

Cautelosos eram eles,
Como homens circundados de inimigos;

Reservados eram eles,
Como se hóspedes fossem;

Amoldáveis eram eles,
Como gelo que se derrete;

Autênticos eram eles,
Como o cerne de madeira de lei;

Amplos eram eles,
Como vales abertos;

Impenetráveis eram eles,
Como águas turvas.

Impenetrável também nos parece
A sua vasta sabedoria.
Quem pode compreendê-la atualmente?
Quem pode restituir a vida
Ao que tão morto nos parece?

Só quem sintoniza com a alma do infinito!
Só quem não busca seu próprio ego,
Mas demanda o seu Eu real,
Mesmo quando tudo lhe falta.”


Texto extraído do Livro “Tao Te Ching”, de Lao Tsé, editora Martin Claret, página 53.